Da colônia a emancipação política
Em vermelho a localização territorial de Conceição do Coité |
Conceição do Coité é um município brasileiro do estado da Bahia, localizado na Mesorregião do Nordeste baiano e na Microrregião de Serrinha. A história conta que este, assim como, muitos outros municípios brasileiros, surgiu do desbravamento e da colonização destas terras em tempos remotos.
Segundo as informações fornecidas por RIOS
(2003, p.17 a 19) os Guedes de Brito, em 1612, declararam-se donos das
Sesmarias dos Tocós – como é denominada a região que compreende os municípios
de Conceição do Coité, Valente, Retirolândia, Serrinha, Riachão do Jacuípe,
entre outros – visando uma interligação de estradas que iria de Salvador até a
região do alto São Francisco chegando ao estado do Piauí.Eram por estas estradas
que passavam as boiadas, aumentando assim a exploração de novos territórios.
Desta maneira, forma-se o
pequeno arraial na Fazenda Coité, onde à sombra da “Cuitezeira” descansavam os
vaqueiros da longa jornada pelo sertão da Bahia, além de ali também ser um
local de criação de gado. Estes trabalhadores paravam em busca de repouso e de
água para abastecer os corotes e
dar de beber e comer ao gado, pois como a região não tinha rios próximos, os
tropeiros abrigavam-se em fazendas onde tivessem sombra e água de boa
qualidade.
CUITEZEIRA |
Assim, foi numa Fazenda
por nome “Cuité”
que o arraial foi surgindo e despontando. Os herdeiros de Guedes de Brito por
morarem muito distante resolveram vender as terras aos posseiros Joaquim
Benevides e Manoel Antônio, este por sua vez vendeu sua parte para Joaquim
Benevides. Este com posse do território, resolveu construir uma Capela em
homenagem a Nossa Senhora da Conceição, por quem tinha uma imensa devoção,
contudo não conseguiu entregar a obra por completo, por conta do seu
falecimento. Seu filho, João Benevides, além de finalizar a obra fez a doação
da mesma à Igreja Católica, já que existia uma norma
canônica de que qualquer capela construída em território privado deveria ser
legalizada para que elas servissem de local de celebração das missas para o
público.
IGREJA MATRIZ DE CONCEIÇÃO DO COITÉ COM POUCAS CASAS CONSTRUÍDAS EM SEU ENTORNO. (A IMAGEM É MERAMENTE ILUSTRATIVA) |
Desta forma, a Fazenda
Coité passa a ser uma referência para os viajantes, além de iniciar um novo
ciclo na história daquela localidade. Formava-se naquele momento o arraial em
torno da Capela. As poucas casas do Arraial
foram surgindo e tomando a área em torno da Capela. Dentre elas, estavam casas
comerciais, casas das famílias que em sua maioria era para pouso temporário,
pois os que tinham mais condições econômicas vinham das fazendas da região para
poderem se abastecer de mercadorias, geralmente, às sextas-feiras, no dia da
Feira Livre.
Assim, nos aspectos
econômicos, políticos e sociais, o pequeno arraial florescia e, de modo lento e
até desorganizado, tomava forma a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Coité, como podemos aferir no relato de Rios
(2003, p. 21.):
Em 1855, a fazenda Coité foi elevada à categoria de freguesia pela Resolução Provincial de N º 539, deixando de estar vinculada ao domínio de Água Fria e passando a pertencer a Vila de Feira de Sant’Ana, porém se manteve filiada à freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Jacuípe. Esta condição perdurou até 1878, quando a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Jacuípe foi elevada à categoria de Vila, com a anexação da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Coité.
As idas e vindas de pertencimento geográfico da Freguesia
de Nossa Senhora da Conceição do Coité foram inúmeras como podemos constatar no
relato acima. Somente tem a sua independência homologada por Ato Estadual no
ano de 1890.
Desde o período de 1890 até o ano de 1929, a Vila de Conceição do Coité teve vários intendentes, dentre eles: Capitão Antônio Manoel Amâncio da Mota, Dr. José Amâncio Carneiro da Mota, Pe. Marcolino Francisco de Souza Madureira, Cel. Juvêncio Tavares da Silva Carneiro, Cel. Aristides Cerdeaz de Oliveira, Abílio Araújo, Cel. Antônio Felix de Araújo, Cel. Eustórgio Pinto Resedá, João Trabuco de Lázaro, José Ramos de Oliveira e, por último na denominação de intendente, Wercelêncio Calixto da Mota. Esta lista encontra-se em Oliveira (2011, p.87)
O último intendente foi o Senhor Wercelêncio Calixto da Mota, conhecido na cidade por "Seu Mota", líder político que teve seu mandato iniciado no ano de 1928.
O último intendente foi o Senhor Wercelêncio Calixto da Mota, conhecido na cidade por "Seu Mota", líder político que teve seu mandato iniciado no ano de 1928.
Werclêncio Calixto da Mota
Wercelêncio
foi substituído por Vespasiano Pinto da Silva no início do ano de 1931. Vale
salientar que a expressão política de “Seu Mota” no município de Conceição do
Coité era valorizada e reconhecida pelos moradores da então Vila. Dias após, é
a vez de Riachão do Jacuípe ser anexado à Jacuípe, por meio do decreto nº.
7479, de 08 de julho de 1931
. Esta luta entre as duas localidades para se tornarem independentes perdurou
por longo tempo, até que o interventor federal Juracy Magalhães, atendendo as
reivindicações dos moradores de Coité, então Jacuípe, revoga o decreto 7.455,
por meio do Decreto nº 8.528 de 7 de Julho de 1933, dando-lhe de
volta o nome de Conceição do Coité. Fatos estes relatados tanto no livro “Conceição
do Coité – a Capital do Sisal”,
quanto na dissertação de mestrado “Nossa Senhora da Conceição do Coité: poder e
política no século XIX”.Contudo,
com a Lei de Organização Municipal, no ano de 1931, de autoria do interventor
federal na Bahia o senhor Artur Neiva, onde proferia que os pequenos municípios
com menos de vinte mil habitantes e arrecadação mínima seria anexada a outro
que se encaixasse nas prerrogativas da lei. Assim, Coité volta a pertencer a
Vila de Riachão, mesmo por pouco tempo. Ainda neste ano, a nomenclatura
Conceição do Coité passa a ser chamada de Jacuípe, através do decreto estadual
com número 7455 de Junho de 1931.
É
neste contexto político e social que Conceição do Coité se instaura enquanto
instituição do poder local. No ano de 1938, finalmente o município passa a ter
uma unidade administrativa e política com estrutura de cidade, por meio do
Decreto Lei nº. 10.724, datado em 3 de março de 1938. Deste modo, Conceição do
Coité passou a se configurar no cenário baiano como um município. Segundo
Oliveira, na época, ficou composto
administrativamente por dois distritos e quatro povoados, sendo eles: Conceição
do Coité e Valente como distritos; e Salgada, Retirolândia, Juazeiro e Aroeira
como povoados. Em abril deste mesmo ano toma posse o primeiro prefeito eleito,
o senhor João Paulo Fragoso. Um fato curioso é que nesta época apenas havia 709
votantes na cidade, sendo que ele obteve 630 votos.
Werclêncio Calixto da Mota |
Wercelêncio foi substituído por Vespasiano Pinto da Silva no início do ano de 1931. Vale salientar que a expressão política de “Seu Mota” no município de Conceição do Coité era valorizada e reconhecida pelos moradores da então Vila. Dias após, é a vez de Riachão do Jacuípe ser anexado à Jacuípe, por meio do decreto nº. 7479, de 08 de julho de 1931 . Esta luta entre as duas localidades para se tornarem independentes perdurou por longo tempo, até que o interventor federal Juracy Magalhães, atendendo as reivindicações dos moradores de Coité, então Jacuípe, revoga o decreto 7.455, por meio do Decreto nº 8.528 de 7 de Julho de 1933, dando-lhe de volta o nome de Conceição do Coité. Fatos estes relatados tanto no livro “Conceição do Coité – a Capital do Sisal”, quanto na dissertação de mestrado “Nossa Senhora da Conceição do Coité: poder e política no século XIX”.Contudo, com a Lei de Organização Municipal, no ano de 1931, de autoria do interventor federal na Bahia o senhor Artur Neiva, onde proferia que os pequenos municípios com menos de vinte mil habitantes e arrecadação mínima seria anexada a outro que se encaixasse nas prerrogativas da lei. Assim, Coité volta a pertencer a Vila de Riachão, mesmo por pouco tempo. Ainda neste ano, a nomenclatura Conceição do Coité passa a ser chamada de Jacuípe, através do decreto estadual com número 7455 de Junho de 1931.
É
neste contexto político e social que Conceição do Coité se instaura enquanto
instituição do poder local. No ano de 1938, finalmente o município passa a ter
uma unidade administrativa e política com estrutura de cidade, por meio do
Decreto Lei nº. 10.724, datado em 3 de março de 1938. Deste modo, Conceição do
Coité passou a se configurar no cenário baiano como um município. Segundo
Oliveira, na época, ficou composto
administrativamente por dois distritos e quatro povoados, sendo eles: Conceição
do Coité e Valente como distritos; e Salgada, Retirolândia, Juazeiro e Aroeira
como povoados. Em abril deste mesmo ano toma posse o primeiro prefeito eleito,
o senhor João Paulo Fragoso. Um fato curioso é que nesta época apenas havia 709
votantes na cidade, sendo que ele obteve 630 votos.
João Paulo Fragoso
REFERÊNCIAS
COUTO,
Clari Alves Ferreira. Orar e Vigiar. O Poder Disciplinar da religião como
representação do pecado na AD de Conceição do Coité, 1970 a 1990. 2001.
Monografia apresentada na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Mini Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
São Paulo: Positivo Editora, 2010, 8ª. ed.
OLIVEIRA, Vanilson. Conceição
do Coité – a Capital do Sisal. 3ª ed. São Paulo: Editora Ixtian, 2011.
RIOS, Iara Nancy Araújo. Nossa
Senhora da Conceição do Coité: poder e política no século XIX. 2003. 154f. Dissertação (Mestrado em
História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da
Bahia, Salvador, 2003
SILVA, Francisco
de Assis. BASTOS, Pedro Ivo de Assis. História do Brasil:
Colônia, Império e República. 2ª. [S.l.]: Moderna, 1988. 220-221.
D’VILANOVA,
Marielza Carneiro. Contos e Histórias de Conceição do Coité. Salvador: Assembléia Legislativa do Estado da
Bahia, 2011.
* Atividade realizada pelas alunas no curso de História EAD/ UNEB , Polo Conceição do Coité,
Clarice Gomes de Souza,
Dulcinea Cordeiro Mascarenhas Rocha, Lucineide Santana Cruz Pinto,
MªAline Araújo Gordiano, Mª da Conceição Golçalves Pastor e Mª Zenaide Brito. Vale salientar que grande parte do texto utilizado nesta postagem foi extraído do trabalho de conclusão de curso da estudante Dulcinéa Cordeiro, uma vez que a mesma precisou deste contexto histórico para discorrer sobre a fundação da Escola Antônio Bahia.
João Paulo Fragoso |
REFERÊNCIAS
COUTO,
Clari Alves Ferreira. Orar e Vigiar. O Poder Disciplinar da religião como
representação do pecado na AD de Conceição do Coité, 1970 a 1990. 2001.
Monografia apresentada na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Mini Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
São Paulo: Positivo Editora, 2010, 8ª. ed.
OLIVEIRA, Vanilson. Conceição
do Coité – a Capital do Sisal. 3ª ed. São Paulo: Editora Ixtian, 2011.
RIOS, Iara Nancy Araújo. Nossa
Senhora da Conceição do Coité: poder e política no século XIX. 2003. 154f. Dissertação (Mestrado em
História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da
Bahia, Salvador, 2003
SILVA, Francisco
de Assis. BASTOS, Pedro Ivo de Assis. História do Brasil:
Colônia, Império e República. 2ª. [S.l.]: Moderna, 1988. 220-221.
D’VILANOVA,
Marielza Carneiro. Contos e Histórias de Conceição do Coité. Salvador: Assembléia Legislativa do Estado da
Bahia, 2011.
* Atividade realizada pelas alunas no curso de História EAD/ UNEB , Polo Conceição do Coité, Clarice Gomes de Souza, Dulcinea Cordeiro Mascarenhas Rocha, Lucineide Santana Cruz Pinto, MªAline Araújo Gordiano, Mª da Conceição Golçalves Pastor e Mª Zenaide Brito. Vale salientar que grande parte do texto utilizado nesta postagem foi extraído do trabalho de conclusão de curso da estudante Dulcinéa Cordeiro, uma vez que a mesma precisou deste contexto histórico para discorrer sobre a fundação da Escola Antônio Bahia.
Segundo o historiador, Orlando Matos, essa história da Cuitezeira não poderia ser verdadeira. Essa árvore não existia em nossa região na época dos tropeiros e só veio a ser cultivada na década de 70 por um fazendeiro local que a trouxe de outro local. E mais, mesmo se existisse essa árvore, nunca foi frondosa nem grande o suficiente para que os animais descansassem à sua sombra. Segundo o historiador Orlando Matos, o nome COITÉ surgiu de um grande LAGO IMPORTANTE onde, ali, sim, os tropeiros descansavam e davam água aos seus animais. Em tupy, CO = LAGO e ETÉ = IMPORTANTE. CO-ETÉ = Lago Importante. Imagina-se ser o COITEZINHO, antigo lago, hoje, aterrado.
ResponderExcluirBoa noite ! gostaria de mais informações sobre joão trabuco de lazaro ,quando nasceu ,quando faleceu.
ResponderExcluiralguem poderia me ajudar ?
Quem deseja informações sobre João Trabuco de Lázaro.
Excluirum parente direto, busco saber a origem dele, nome dos pais e irmãos
ExcluirGostaria de fazer algumas retificações: no último parágrafo, foi informado que o município foi elevada a categoria de cidade através do Dec. Lei nº 10.724, de 03 de março de 1938; entretanto, o correto é 30 de março. Também informou-se que em abril desse mesmo ano (1938), tomou posse como primeiro prefeito eleito o Sr. João Paulo Fragoso. Retifique-se: foi em 13 de abril de 1935 e não 1938. O mandato do Sr. João Paulo foi de 13.04.1935 a 30.04.1938.
ResponderExcluirO comentário acima foi feito por PAULO ROBERTO FRAGOSO.
ExcluirTAMBÉM PEÇO RETIFICAR O CRÉDITO DA FOTO DA FEIRA LIVRE.
ResponderExcluirRua João Benevides
Data: Outubro de 1968
Autor: PAULO ROBERTO FRAGOSO