SEMINÁRIOS TEMÁTICOS DE HISTÓRIA DA BAHIA
sexta-feira, 19 de abril de 2013
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Conceição do Coité do século XX aos dias
atuais
Característica
do município
Conceição do Coité
localiza-se no nordeste, ao leste da Bahia, na microrregião da Serrinha. Possui
uma área de 1.086,224 km2e sua população segundo dados do IBGE 2010, são de 62.040
habitantes. O município limita-se com as cidades de Serrinha, Retirolândia,
Araci, Riachão do Jaquipe, Ichu e Santa Luz. Sua vegetação dominante é a caatinga, com estação seca, de clima tropical.
Emancipação Política
Conceição do Coité, na sua
longa história de luta numa perspectiva de
ficar livre da cidade de Riachão – Ba, amargaram uma trajetória de luta
até tornar-se independente em 07 de julho de 1933, obedecendo aos apelos e as
providências da população coiteense, a qual, Juraci Magalhães Interventor
Federal da Bahia, denominou o nome da cidade “Conceição do Coité”.
A partir da sua emancipação,
o município recuperou sua autonomia Política-Administrativa e a sede municipal
passou à categoria de cidade em 30 de
março de 1938. Em 1943 o município
possuía apenas quatro povoados: Salgadália, Retirolandia, Juazeiro, e Aroeira. Atualmente,
o município dispõe de distrito, e vinte e oito povoados.
Economia
Desde o ano de 1900, a
principal atividade econômica do município era o sisal, destacando-se no maior centro de
exportação da região para os países da Europa e África, por esta razão o
município passou a ser considerado “Capital do Sisal”. Entretanto, na
atualidade, além do sisal constitui-se em grande destaque o comércio e a
indústria.
·
O comércio: Sofreu influencia da cidade de
Feira de Santana e Salvador a qual seus mercadores traziam mercadorias para
serem comercializadas no centro do município, atraindo assim, grande
consumidores de outras regiões para a cidade. Hoje, a cidade de Conceição do
Coité, se destaca entre as cidades circunvizinhas, como a maior feira da
região, e continua recebendo mercadores de várias regiões do estado da Bahia e
atrai uma grande quantidade de consumidores, gerando assim, renda e emprego
para o município.
Segundo
o IBGE em 2005, existiam 582 (quinhentos e oitenta e dois) unidade de comércio,
5 (cinco) Agência bancária: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco,
Sicoob, Banco do Nordeste, situados ao
centro da cidade. Além de possuir duas Casas lotéricas, e agencia bancária
em nos principais Distritos do
município. (Oliveira, 2010)
·
Indústria: Dados da Junta Comercial do Estado,
em 2000 a cidade possuía 194 indústria, diversas fábricas de sandálias, produto
de limpeza, saco plásticos, coletores plásticos, confecções, metalúrgicas,
serralharia, Oficina Mecânica, lojas e
supermercados de grande sue porte, e demais fábrica produzindo grande
quantidades de produtos.
Governo (Gestores municipais: Prefeito)
Pela Lei Federal de 19 de setembro de
1929, foi instituída uma nova ordem estadual, onde, “Intendente”, passou a
ser chamado de “Prefeito” com mandato de
4 (quatro) anos. Sendo, o primeiro prefeito eleito pelo voto popular: João
Paulo Fragoso, o segundo eleito pelo voto popular Teocrito Calixto da Cunha. O-
Vice-prefeito foi implantado em 1976, 1º foi: Evódio Ducas Resedá.
·
Vespasiano da Silva Pinto - 2 de janeiro de 1931 a 2 de janeiro de 1933
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Durval da Silva Pinto (prefeito interino) - 3 de janeiro de 1933 a 6 de
fevereiro de 1933
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Leopoldino Ramos Gordiano - 7 de fevereiro de 1933 a 12 de abril de 1935
·
João Paulo Fragoso - 13 de abril de 1935 a 30 de abril de 1938
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Tiburtino Ferreira da Silva - 30/04/1938 a 18 de junho de 1940
·
Luís Amâncio Moreira - 18 de junho de 1940 a 23/011944
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Duvaltércio Silva Pinto - 23 de abril de 1944 a 31 de junho de 1945
·
Sófocles Torres Câmara - 1 de agosto de 1945 a 31 de dezembro de 1945
·
Duvaltércio Silva Pinto-1 de janeiro de 1946 a 31 de julho de 1946
·
Eustórgio Pinto Resedá -1 de agosto de 1946 a 15 de março de 1948
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Teócrito Calixto da Cunha- 16 de março de 1948 a 1 de fevereiro de 1951
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Wercelêncio Calixto da Mota- 1 de fevereiro de 1951 a 31 de dezembro de
1954
·
Durval Silva Pinto --(Prefeito interino) 1 de janeiro de 1955 a 7 de abril
de 1955
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Teócrito Calixto da Cunha -7 de abril de 1955 a 7 de abril de 1959
·
Emídio Ramos Gordiano - 7 de abril de 1959 a 7 de abril de 1963
·
Antônio Ferreira de Oliveira- 07/04/19630 a 7 de abril de 1967
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Theognes Antônio Calixto -7 de abril de 1967 a 28 de novembro de 1970
· Hamilton Rios de Araújo- 20 de julho de 1985 a 1 de janeiro de 1989
·
Éwerton Rios de Araújo Filho -1 de janeiro de 1989 a 1 de janeiro de 1993
·
Diovando Carneiro Cunha -1 de janeiro de 1993 a 7 de outubro de 1996
·
Misael Ferreira de Oliveira -(Prefeito substituto) 8 de outubro de 1996 a
31 de dezembro de 1996
·
Éwerton Rios d’Áraújo Filho(Vertinho)-1 de janeiro de 1997 a 31 de
dezembro de 2000
·
Wellington Passos de Araújo (Tom) -1 de janeiro de 2001 a 31 de dezembro
de 2004
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Éwerton Rios D´Araújo Filho (Vertinho)-1 de janeiro de 2005 a 31 de
dezembro de 2008
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Renato Souza dos Santos- 1 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012
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Francisco de Assis Alves dos Santos (Assis)- a partir de 1 de janeiro de
2013
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Feira livre
Em 1936 consolidou através de decreto de lei a feira
livre de Conceição do Coité nos dias de
sexta-feira, tornando o evento sócio-econômico cultural mais importante da
semana até os dias de hoje.
Este vídeo é um trabalho feito pelo grupo, na disciplina de Oficina do Ensino de História
Micareta
O último carnaval foi
organizado no ano de 1920, a festa
“Micareme”, a qual, realizava no meio da quaresma começando sempre no sábado de
aleluia após a queima do Judas à meia noite e terminava na terça-feira.
Contudo, a festa atraia foliões de várias regiões vizinhas. Depois de 1987, o
nome “Micareme” foi alterado para o nome “Micareta” e fixou a data definitiva
para o segundo domingo de Páscoa, a qual deixou de fazer parte do calendário
oficial de eventos do município passando a chamar-se “Folia Coité”. Atualmente,
a festa popular tradicional não segue nenhum calendário, fica a critério dos
gestores atuantes estabelecerem a época e as datas.
Trio Marabá (não foi entrada
a data que a foto foi tirada)
Coité Folia 2011
Baião de 2
O Baião de 2 é uma festa de camisa, que teve sua primeira edição em
1997. Desde então, o evento se tornou tradicional e reúne pessoas de toda a
região, inclusive da capital. O evento, geralmente acontece no sábado da
Micareta, entretanto, mesmo quando não acontece a Coité Folia, o Baião de 2,
não deixa de acontecer, com a animação de bandas conhecidas em todo o Brasil e
também com a participação de artistas locais.
Trabalho feito pelas alunas; Ana Cristina, Edney, Edirací, Gilvânia, Lindalva e Rosicleide,
Curso- Licenciatura em História EaD- UNEB
Referências:
OLIVEIRA,
Vanilson Lopes de. Conceição do Coité –
A capital do sisal. Ed. Clip. 3ª Edição. São Paulo, 2010.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Conceição do Coite- Século XIX
Conceição
do Coité
Emancipação
Política até século XIX
História
Segundo a tradição, o
arraial de Coité originou-se de pouso de tropeiros que se deslocavam de Feira
de Santana rumo à jacobina que dividiam a jornada, descansando num local onde havia
fonte que, mesmo no período da estiagem, jorrava. A água desta fonte era
utilizada pelos tropeiros para consumo próprio e para matar a sede dos animais
da tropa.
Assim surgiu o arraial que
tomara a denominação Coité, porque os tropeiros pernoitavam sob o abrigo de uma
árvore, cujos frutos eram pequenas cabaças que, no idioma primitivo, recebiam o
nome de ‘Cuite’ (pequena cuia) a qual, serrada no meio era utilizada pelas
donas de casa.
Política
e Poder
Na freguesia de Nossa Senhora da Conceição do
Coité o "poder" enquanto uma relação de forças que envolvam todos os
indivíduos de uma determinada sociedade foram analisados propriedades de terras e escravos, o sistema eleitoral, o comércio, os cargos administrativos
e a guarda nacional, desempenhando papéis que articulam´se entre si e entre as
decisões e organizações do Estado. O poder local pode ser caracterizado pela
política que se realiza através de favores pessoais concebidos por um grupo
dominante à comunidade local, sendo permeado pelas relações de compadrio e de
amizade que aproximam e prendem as pessoas, isso fica visível na freguesia de
Nossa Senhora da Conceição do Coité quando se envolve relações referentes ao
setor agrícola, ao comércio, em sistema eleitoral e cargos administrativos,
onde os empregos são ofertados como pagamentos de dívidas, favores e
consideração.
Em 1850 as terras da freguesia do Coité foram
declaradas no livro de Registro Eclesiásticos da freguesia, sendo finalizado o
processo em 1858. O registro contém oitenta de nove declarações com um total de
oitenta e quatro proprietários, porém é facilmente percebível que ocorreu
negligência no cumprimento da Lei,e se pode confirmar por ser a quantidade de
proprietários bem maior, cerca de noventa e duas pessoas deixaram de prestar a
declaração, todavia aparecem na comunhão das fazendas declaradas. A data limite
para legalização das terras foi no ano 1854, ficando a cargo dos párocos a
responsabilidade de fazer os registros e enviar os livros ao governo central,
vigorando até os primeiros anos republicanos.
Na freguesia de Nossa Senhora da Conceição do
Coité não foi possível identificarmos a quantidade exata de escravos em cada
fazenda, porém através do cruzamento de várias fontes como cartas de alforrias,
notas de compra e venda e hipotecas de escravos foi realizado um levantamento
da quantidade de escravos por proprietários. Mesmo sendo pequeno número
de escravos pode levar-nos a perceber o desenvolvimento da mão-de-obra
familiar na região. sendo uma área de pequenos proprietários de terras, os
trabalhos, poderiam ser desenvolvidos contando com a participação de senhores
e escravos. No livro de Óbitos da freguesia de Coité entre 1856 e 1870 consta a
morte de quarenta e dois escravos, sendo sete africanos, e alguns sendo
enterrados na Matriz, onde eram enterrados as pessoas mais ilustres de uma
sociedade.
Os
militares durante o período colonial estavam divididos em grupos diferentes, mas
com um mesmo objetivo o de defender o litoral brasileiro contra os corsários e
invasões externas. A tropa de primeira linha recebia remuneração por seu
trabalho e tinham como obrigação dedicar seu tempo integral as atividades. Já a
segunda linha tinha era composta por civis não assalariados e se dedicava
parcialmente as funções de auxiliares. A terceira linha era responsável pela
esfera municipal e não recebiam nenhum pagamento.
Com
a criação da guara nacional os copos auxiliares de milícias citados acima se
extinguiram. Todo serviço que eles desempenhavam ficou a cargo da guarda
nacional que foi criada.
A
guarda nacional estava subordinada aos Juízes de Paz, criminais, presidentes de
província e ao Ministro da Justiça. Eles estavam a disposição dessas autoridades
pra serem direcionados aos serviços a eles requisitado. O alistamento era feito
nas paróquias e curatos de cada província. Deveria se alistar todo cidadão
brasileiro de 21 a 60 anos, eleitor e possuído de uma renda mínima.
Na
segunda metade do século XIX, na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do
Coité, eram geralmente os membros da guarda nacional, principalmente os
capitães que serviam de intermediários na entrega de cartas de alforria, na
negociação de compra e venda e padrinhos de casamento.
Percebe-se
que os capitães também exerciam as mesmas atividades dos coronéis e também
ocupavam as mesmas instâncias sociais de poder.
Logo
após a Proclamação da Republica a guarda nacional foi extinta, mas a
denominação do “coronel” e a politica do “coronelismo” persistiu.
Sistema Eleitoral: alguns decidem por todos
Em sua fundação a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do coité, ficou estabelecido um poder local com a formação da Mesa Paroquial e escolha de Eleitores e Juiz de Paz.
O
capitão Antônio Manuel Amâncio exercia a função de juiz de paz por indicação do
Presidente da Província da Bahia Francisco Gonçalves Martins. E em 09 de
setembro de 1856 foi eleito com 598 dos 603 votos como primeiro juiz de Paz da
Freguesia de Nossa senhora da Conceição do Coité.
A
legislação de 1878 que foi base dos estudos da autora mostra que o voto até
este ano era atribuído a todos os cidadãos portugueses e estrangeiros
naturalizados com mais de 25 anos, alguns casos abriam exceção de leitores com
21 anos, que comprovassem possuir uma renda anual de cem mil reis.
Ao
analisar as atas das eleições a autora percebe que os eleitores faziam parte de
uma elite dominante que ocupavam em geral as esferas do poder local, eram eles
eleitores que desempenhavam outras atividades dentro da freguesia, além de
serem ligados por algum laço de parentesco. Temos como exemplo uma figura
ilustre Florentino Pinto da Silva, que além de eleitor também era professor,
desempenhando funções em outra esfera institucionalizada, a educacional.
Com
isso fica claro que não havia “democratização” e que a participação política era
restrita apenas pelo grupo dominante da elite local.
Cargos Administrativos:
exercício e status
Os Tabeliães de Notas de Oficio, os Agentes
dos Setores Educacionais e os Cargos Eclesiásticos desempenhavam outra esfera
de poder. Eram os Tabeliães de Notas de Oficio os responsáveis pela confecção
dos documentos oficiais de registros de compra e venda de imóveis e escravos
- escrituras e procurações públicas, das alforrias e das atas eleitorais,
testamentos públicos, formalizando juridicamente à vontade das partes em
questão.
O 1º Escrivão de Paz de da Freguesia de
Nossa Senhora da Conceição do Coité, foi Raimundo Nonato de Couto que assumiu
a função em 1864, sendo também eleitor da Freguesia.
Os Setores Educacionais também eram
instrumentos de disciplinarização e deformação de opiniões. Na Freguesia de
Nossa Senhora da Conceição do Coité apenas três professores foram
encontrados: José Conrado de Araújo Marques, Florentino Pinto da Silva e D.
Eulália Alexandrina da Rocha e Oliveira.
Quanto aos cargos eclesiásticos, cabia a
Igreja Católica o papel de salva guardar os bons hábitos e os bons costumes
da sociedade, através das leis e ordens designadas por Deus. Muitas vezes, o
espaço de atuação do pároco não correspondia apenas ao seu lugar geográfico
de pastoreio, sendo, muitas vezes, alargado por um processo de ascensão e
desempenho que o instituía numa elite representativa e privilegiada.
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Comércio, poder e controle de riquezas
O
contato com uma variada documentação referente à Freguesia de Nossa Senhora da
Conceição do Coité, constando a compra e venda de terras e escravos, cartas de
alforrias, registros eclesiásticos de óbitos, batismos e casamentos, indicadores
de registros de hipotecas, atas, inventários, trocas de imóveis, doações entre
outros, permitiu a identificação de uma incidência de transações comerciais,
envolvendo a mão de obra cativa e a propriedade agrária, justamente no período
em que a Bahia, segundo Kátia Mattoso, “adormecia”,incitando questionamentos
sobre a transição da mão de obra escrava para o trabalho livre na segunda
metade do século XIX.
Simultaneamente à ocupação do
interior, desenvolveu-se uma “produção do auto abastecimento capaz de gerar
excedente para o mercado regional e interprovincial (...) promovendo acumulação
interna e formação da pequena propriedade fundiária” que não se submetiam à
grande lavoura mono produtora destinada a fornecer produtos para o comércio europeu.
Quanto aos escravos, Apolinária
aparece como sua propriedade empregada na lavoura, tendo ainda comprado José
por 600$000 (seiscentos mil réis) em 22 de junho de 1859, e alforriado em 05 de
junho de 1867 valendo 900$000 (novecentos mil réis), porém só tendo sido
efetivada a alforria em 24 de março de 1870 após ter sido assinada pelo Prof.
José Conrado de Araújo Marques. A documentação estudada deixa perceptível que a
partir da segunda metade do século XIX, ocorreu em Coité, um crescimento no
número de transações comerciais de terras escravos.
Na
vila de Nossa Senhora da Conceição do Coité “formada em 1893 por seis ruas e
uma praça”, como caracterizou Francisco Vianna, a pecuária desempenhava uma
parcela importante tanto no comércio local, quanto na comercialização com
alguns centros econômicos importantes do período.
Família e Casamento
Com base na dissertação de Yara Nancy foi possível perceber que a mulher no século XVIII, que tem por objetivo a investigação do corpo no contexto médico científico fazendo com que existisse uma preocupação na classificação dos casos de patologia física e psíquica no campo da saúde pública do século XVIII, onde o homem era considerado o sexo macho e a mulher não podia ter prazer sexual devido a teoria da geração de filhos que dizia que o papel da mulher era apenas procriar.
No século XIX mesmo com a Revolução Francesa que pregava a Liberdade, Igualdade e Fraternidade ainda ocorria a existência das desigualdades sociais entre os sexos, sendo enfatizada pelo evolucionismo e a questão de natureza, onde possuía embasamento científico fazendo com que até mesmo as doenças fossem diagnosticadas de maneira diferente, sendo a família um espaço de sexualidade saudável e o adultério uma espécie de fornicação culminando em pagamento de multa ou espancamento público.
Vale salientar o processo de escravidão ocorrido no Brasil com base na prostituição clandestina, onde para os marxistas a mulher era um sujeito que fazia parte de uma classe, contribuindo com o surgimento de estudos relacionados a grupos, massas, povos e minorias, inclusive no que se refere às questões de gênero fazendo surgir o estudo no âmbito da História Cultural, História das Mentalidades, História das Mulheres e História Social das Mulheres com o objetivo de desconstruir o tradicional.
No que se refere aos arranjos e disputas do século XIX foi feito um panorama dos casamentos realizados na Igreja Católica de Conceição do Coité utilizando tabelas como referência destacando a relação escravo X senhor com base no livro Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre no que se refere a uma sociedade patriarcal, democracia racial e miscigenação fazendo uma análise dos casamentos realizados na cidade, a participação da mulher na sociedade e o papel da eucaristia e penitência na realização do matrimônio.
Família e Casamento
Com base na dissertação de Yara Nancy foi possível perceber que a mulher no século XVIII, que tem por objetivo a investigação do corpo no contexto médico científico fazendo com que existisse uma preocupação na classificação dos casos de patologia física e psíquica no campo da saúde pública do século XVIII, onde o homem era considerado o sexo macho e a mulher não podia ter prazer sexual devido a teoria da geração de filhos que dizia que o papel da mulher era apenas procriar.
No século XIX mesmo com a Revolução Francesa que pregava a Liberdade, Igualdade e Fraternidade ainda ocorria a existência das desigualdades sociais entre os sexos, sendo enfatizada pelo evolucionismo e a questão de natureza, onde possuía embasamento científico fazendo com que até mesmo as doenças fossem diagnosticadas de maneira diferente, sendo a família um espaço de sexualidade saudável e o adultério uma espécie de fornicação culminando em pagamento de multa ou espancamento público.
Vale salientar o processo de escravidão ocorrido no Brasil com base na prostituição clandestina, onde para os marxistas a mulher era um sujeito que fazia parte de uma classe, contribuindo com o surgimento de estudos relacionados a grupos, massas, povos e minorias, inclusive no que se refere às questões de gênero fazendo surgir o estudo no âmbito da História Cultural, História das Mentalidades, História das Mulheres e História Social das Mulheres com o objetivo de desconstruir o tradicional.
No que se refere aos arranjos e disputas do século XIX foi feito um panorama dos casamentos realizados na Igreja Católica de Conceição do Coité utilizando tabelas como referência destacando a relação escravo X senhor com base no livro Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre no que se refere a uma sociedade patriarcal, democracia racial e miscigenação fazendo uma análise dos casamentos realizados na cidade, a participação da mulher na sociedade e o papel da eucaristia e penitência na realização do matrimônio.
REFERÊNCIAS
RIOS, IARA NANCY ARAÚJO.
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO COITÉ: PODER E POLÍTICA NO SÉCULO XIX. 2003.
154F. DISSERTAÇÃO (MESTRADO EM HISTÓRIA) – FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS
HUMANAS, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, 2003.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Concei%C3%A7%C3%A3o_do_Coit%C3%A9 ACESSADO EM 15/04/2013
Esta atividade foi realizada pelas alunas no curso
de história ead/ uneb do polo conceição do coité, Graziela Macário,
Monique Evangelista, Josilane Rodrigues, Valéria Ramos e Jaqueline Ferreira.
terça-feira, 16 de abril de 2013
Santaluz tem de tudo e de tudo dá!
Santaluz/Ba
Cidade situada a 258km da capital. Limita-se
ao leste com os municípios de Araci e Conceição do Coité, a sul com Valente,
São Domingos e Gavião, a oeste com São José do Jacuípe e Queimadas e a norte
com Nordestina e Cansanção. Área territorial corresponde a 1.603,6km², sua população
é de 33.838 habitantes segundo dados do IBGE de 2010. Seu clima é semiárido.
História de Santa
luz
O
Município de Santa Luz - BA foi fundado em 1880, onde é hoje a Estação, pelo
Senhor José Lopes. Mas, em outra versão, no entanto, refere-se à existência já
em 1850 de alguns moradores na Fazenda Morro dos Lopes, também fundada pela
família Lopes. Mas, é conservada a fundação de 1880, pois foi daí que iniciou a
cidade de Santa Luz - Ba.
No livro de Estatísticas da Bahia,
relata a compra de uma área de terra pelo Sr. Manoel Amâncio da Cunha, de
Conceição do Coité, ao Sr. Antônio Lopes da Silva da Fazenda Santa Luzia (onde
originou Santa Luz), a compra foi em 1868. Os fundadores eram de Portugal. A
primeira compradora da Fazenda foi Maria Joaquina do Amor Divino, uma viúva
portuguesa. Em 1887 chegava o Coronel José Leitão da cidade de Pesqueira/PE,que,
também, era Português. Depois, chegou à família Cardoso de Monte Santa/BA,
Viana de Gavião/BA, Góes de Nordestina/BA, Carvalho de Araci/BA, e outras
localidades.
Santa Luz passou a Distrito em
1919, o primeiro projeto para passar a cidade foi em 1923, na realidade Santa
Luz veio se Emancipar no dia 18 de julho de 1935. E o primeiro prefeito foi Sr.
Ezequiel Cardoso da Costa, que tomou posse no dia 1º de Setembro de 1935, no
Lira Popular Santa Luziense, hoje Sede da Filarmônica.
Curiosidades
No decorrer de sua história
aconteceram fatos interessantes, como o surgimento da primeira feira livre em
1890, onde as mercadorias eram trocadas. Nessa época teve o primeiro delegado,
o Sr. Elias da cidade de Queimadas. Em 1897, passava em Santa Luzia, o Escritor
Euclides da Cunha, com destino a Canudos para escrever sua história. Assim que
voltou, escreveu o Livro “Os Sertões”, que retrata o nome de Santa Luzia, atual
Santa Luz.
· No ano de 1919, foi morto aqui o
cangaceiro Pereira, pelo Sr. Dizidério Lopes. Este cangaceiro foi antes de
Lampião. Assim que Lampião entrou em Queimadas
no dia 29 de Dezembro de 1929, quando na oportunidade matou sete
soldados e deixou vivo o Sargento Evaristo, filho de Santa Luz, a pedido de uma
senhora chamada Santinha Ele dirigiu para vir aqui em Santa Luz, mas quando
soube que sua padroeira era Santa Luzia, ele voltou do caminho, pois, ele tinha
feito uma promessa por ter seu olho direito cego. que toda cidade que tivesse
como Padroeira Santa Luzia, ele não atacaria foi o motivo que fez com que
Lampião não entrasse em Santa Luz- Mas, segundo os mais antigos, Lampião esteve
aqui em 1916, antes de ser cangaceiro, pois, seu pai era tropeiro e eles
percorriam o Nordeste com entrega de carnes. Inclusive, esteve em Monte Santo,
Cansanção, Capim Grosso. Em uma entrevista que Lampião deu em 1932 no Ceará,
ele confirmou esta veracidade. Ele descansou com seu pai, onde é hoje a
Magnesita, a conhecida Mina, em baixo de um pé de Baraúna que até pouco tempo
existia. Mas, como cangaceiro nunca esteve aqui, falam que ele esteve no Morro
dos Lopes, mas, é uma lenda, não é verdade.
Tivemos em Santa Luz, a presença de
cantores famosos como; Luiz Gonzaga, em 1968, cantou onde é hoje o Açougue Municipal,
na época era um Cinema. Neste mesmo local também, cantou Altemar Dutra, tocou
Severino Januário, irmão de Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Valdick Soriano,
Ademar Silva, Carlito Cego e outros. Depois tivemos a presença de outros
cantores, onde é hoje a CDL, cantor Reginaldo Rossi, se apresentou Coronel
Ludugero, e no Lira Cultura se apresentou Ângela Maria, Osvaldo Fahel, Agnaldo
Raiol e outros.
Esportes
No futebol também tivemos história,
quando aqui jogou em 1965, 74 e 92 o Esporte Clube Bahia, com suas equipes
titulares. Com jogadores, como Biriba, Henricão, Gilson Porto, Baiaco, Mário
Braga, e outros. O Vitória jogou em 1966, 74 e 84 com jogadores como Mário
Sergio, Osni, André Catimba e outros. Jogaram outras equipes da capital como
Ipiranga, Botafogo/BA, Leônico, Fluminense de Feira e outros. No esporte de
Santa Luz teve muitos craques, mas destaque maior foi Mário Filipe Pedreira
(Onça), que foi ídolo no Flamengo/RJ, jogou no Bahia, no Sergipe, Sport, e
outras equipes, chegou marcar Pelé, Jairzinho, Roberto do Botafogo, e outros
craques. Depois foi treinador de futebol, e hoje se encontra em Santa Luz..
Tivemos outro jogador de nome que foi Jorge Góes, que jogou no Bahia de 1932 a 1943 no Palmeira/SP, chegou em 1943 e hoje tem 93 anos
e é escritor, Juiz de Direito, Desembargador, aposentado. Hoje Santaluz investe
nos campeonatos rurais e uma nova modalidade esportiva, o jiu-jitsu, o judô e o
karatê apostando na juventude.
Cultura
Santaluz
possui muitos artistas, na música, pintura, artesanato, teatro, literatura
entre outras áreas.
Nas artes tivemos Guido Guerra, Escritor de
renome Nacional, que faleceu em 2006. Esteve em Santa Luz, palestrando, em
1978, 1983 e 2005. Como artista plástico, temos José Thiago Filho, Mauritano,
Rogério Baldoíno Helton Vieira, Nelci Cruz, escritor e historiador. Na música
destacam-se Ases Musical, A xapa, Grupo Spassus, Raimundo Barreto e outros. No
artesanato existem bordados, crochê e trabalhos em pedras e foi de Santaluz que
saiu o tumulo de Irmã Dulce, construído em pedras por Laercio de ventura.
A área
de educação também investe muito na cultura, promovendo eventos com alunos e
com um belo projeto de leitura na praça, grupos locais de reisado, samba de
roda, piegas entre outros.
Economia
Santaluz
iniciou sua economia com a criação de animais, troca de peles, comércio de
lenhas e a extração do sisal, mas hoje Santaluz se destaca na extração de
granito azul, sendo a maior produtora do estado da Bahia, na extração de
minério de ferro, na agricultura familiar, na vegetação local e atualmente
possui a maior mina de ouro a céu aberto do estado da Bahia.
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