quinta-feira, 18 de abril de 2013


 Conceição do Coité do século XX aos dias atuais

Característica do município




Conceição do Coité localiza-se no nordeste, ao leste da Bahia, na microrregião da Serrinha. Possui uma área de 1.086,224 km2e sua população segundo dados do IBGE 2010, são de 62.040 habitantes. O município limita-se com as cidades de Serrinha, Retirolândia, Araci, Riachão do Jaquipe, Ichu e Santa Luz. Sua vegetação dominante é a caatinga, com estação seca, de clima tropical.
                                   
                                               
















Emancipação Política
Conceição do Coité, na sua longa história de luta numa perspectiva de  ficar livre da cidade de Riachão – Ba, amargaram uma trajetória de luta até tornar-se independente em 07 de julho de 1933, obedecendo aos apelos e as providências da população coiteense, a qual, Juraci Magalhães Interventor Federal da Bahia, denominou o nome da cidade “Conceição do Coité”.
A partir da sua emancipação, o município recuperou sua autonomia Política-Administrativa e a sede municipal passou à categoria de cidade em  30 de março  de 1938. Em 1943 o município possuía apenas quatro povoados: Salgadália, Retirolandia, Juazeiro, e Aroeira. Atualmente, o município dispõe de distrito, e vinte e oito povoados.

Economia

Desde o ano de 1900, a principal atividade econômica do município era o  sisal, destacando-se no maior centro de exportação da região para os países da Europa e África, por esta razão o município passou a ser considerado “Capital do Sisal”. Entretanto, na atualidade, além do sisal constitui-se em grande destaque o comércio e a indústria.
                                                                     


 
·         O comércio: Sofreu influencia da cidade de Feira de Santana e Salvador a qual seus mercadores traziam mercadorias para serem comercializadas no centro do município, atraindo assim, grande consumidores de outras regiões para a cidade. Hoje, a cidade de Conceição do Coité, se destaca entre as cidades circunvizinhas, como a maior feira da região, e continua recebendo mercadores de várias regiões do estado da Bahia e atrai uma grande quantidade de consumidores, gerando assim, renda e emprego para o município.
Segundo o IBGE em 2005, existiam 582 (quinhentos e oitenta e dois) unidade de comércio, 5 (cinco) Agência bancária: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Sicoob, Banco  do Nordeste, situados ao centro da cidade. Além de possuir duas Casas lotéricas, e agencia bancária em  nos principais Distritos do município. (Oliveira, 2010)
·         Indústria: Dados da Junta Comercial do Estado, em 2000 a cidade possuía 194 indústria, diversas fábricas de sandálias, produto de limpeza, saco plásticos, coletores plásticos, confecções, metalúrgicas, serralharia, Oficina Mecânica, lojas  e supermercados de grande sue porte, e demais fábrica produzindo grande quantidades de produtos.


Governo (Gestores municipais: Prefeito)
Pela Lei Federal de 19 de setembro de 1929, foi instituída uma nova ordem estadual, onde, “Intendente”, passou a ser  chamado de “Prefeito” com mandato de 4 (quatro) anos. Sendo, o primeiro prefeito eleito pelo voto popular: João Paulo Fragoso, o segundo eleito pelo voto popular Teocrito Calixto da Cunha. O- Vice-prefeito foi implantado em 1976, 1º foi: Evódio Ducas Resedá.

·         Vespasiano da Silva Pinto - 2 de janeiro de 1931 a 2 de janeiro de 1933
·         Durval da Silva Pinto (prefeito interino) - 3 de janeiro de 1933 a 6 de fevereiro de 1933
·         Leopoldino Ramos Gordiano - 7 de fevereiro de 1933 a 12 de abril de 1935
·         João Paulo Fragoso - 13 de abril de 1935 a 30 de abril de 1938
·         Tiburtino Ferreira da Silva - 30/04/1938 a 18 de junho de 1940
·         Luís Amâncio Moreira - 18 de junho de 1940 a 23/011944
·         Duvaltércio Silva Pinto - 23 de abril de 1944 a 31 de junho de 1945
·         Sófocles Torres Câmara - 1 de agosto de 1945 a 31 de dezembro de 1945
·         Duvaltércio Silva Pinto-1 de janeiro de 1946 a 31 de julho de 1946
·         Eustórgio Pinto Resedá -1 de agosto de 1946 a 15 de março de 1948
·         Teócrito Calixto da Cunha- 16 de março de 1948 a 1 de fevereiro de 1951
·         Wercelêncio Calixto da Mota- 1 de fevereiro de 1951 a 31 de dezembro de 1954
·         Durval Silva Pinto --(Prefeito interino) 1 de janeiro de 1955 a 7 de abril de 1955
·         Teócrito Calixto da Cunha -7 de abril de 1955 a 7 de abril de 1959
·         Emídio Ramos Gordiano - 7 de abril de 1959 a 7 de abril de 1963
·         Antônio Ferreira de Oliveira- 07/04/19630 a 7 de abril de 1967
·         Theognes Antônio Calixto -7 de abril de 1967 a 28 de novembro de 1970
 ·        Hamilton Rios de Araújo- 20 de julho de 1985 a 1 de janeiro de 1989
·         Éwerton Rios de Araújo Filho -1 de janeiro de 1989 a 1 de janeiro de 1993
·         Diovando Carneiro Cunha -1 de janeiro de 1993 a 7 de outubro de 1996
·         Misael Ferreira de Oliveira -(Prefeito substituto) 8 de outubro de 1996 a 31 de dezembro de 1996
·         Éwerton Rios d’Áraújo Filho(Vertinho)-1 de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000
·         Wellington Passos de Araújo (Tom) -1 de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2004
·         Éwerton Rios D´Araújo Filho (Vertinho)-1 de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008
·         Renato Souza dos Santos- 1 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012
·         Francisco de Assis Alves dos Santos (Assis)- a partir de 1 de janeiro de 2013


Durval da Silva Pinto (prefeito interino) –                                                                                                        3 de janeiro de 1933 a 6 de fevereiro de 1933
                                                                                                                     














Francisco de Assis -atual prefeito

Feira livre
Em 1936 consolidou através de decreto de lei a feira livre  de Conceição do Coité nos dias de sexta-feira, tornando o evento sócio-econômico cultural mais importante da semana até os dias de hoje.

Este vídeo é um trabalho feito pelo grupo, na disciplina de Oficina do Ensino de História




         Micareta

O último carnaval foi organizado  no ano de 1920, a festa “Micareme”, a qual, realizava no meio da quaresma começando sempre no sábado de aleluia após a queima do Judas à meia noite e terminava na terça-feira. Contudo, a festa atraia foliões de várias regiões vizinhas. Depois de 1987, o nome “Micareme” foi alterado para o nome “Micareta” e fixou a data definitiva para o segundo domingo de Páscoa, a qual deixou de fazer parte do calendário oficial de eventos do município passando a chamar-se “Folia Coité”. Atualmente, a festa popular tradicional não segue nenhum calendário, fica a critério dos gestores atuantes estabelecerem a época e as datas.


      



Trio Marabá (não foi entrada                                              
 a data que a foto foi tirada)












                           

                                              Coité Folia 2011










Baião de 2

O Baião de 2 é uma festa de camisa, que teve sua primeira edição em 1997. Desde então, o evento se tornou tradicional e reúne pessoas de toda a região, inclusive da capital. O evento, geralmente acontece no sábado da Micareta, entretanto, mesmo quando não acontece a Coité Folia, o Baião de 2, não deixa de acontecer, com a animação de bandas conhecidas em todo o Brasil e também com a participação de artistas locais.



         

Trabalho feito pelas alunas; Ana Cristina, Edney, Edirací, Gilvânia, Lindalva e Rosicleide,
Curso- Licenciatura em História EaD- UNEB






Referências:
OLIVEIRA, Vanilson Lopes de. Conceição do Coité – A capital do sisal. Ed. Clip. 3ª Edição. São Paulo, 2010.







quarta-feira, 17 de abril de 2013


Conceição do Coite- Século XIX


Conceição do Coité
Emancipação Política até século XIX








História

Segundo a tradição, o arraial de Coité originou-se de pouso de tropeiros que se deslocavam de Feira de Santana rumo à jacobina que dividiam a jornada, descansando num local onde havia fonte que, mesmo no período da estiagem, jorrava. A água desta fonte era utilizada pelos tropeiros para consumo próprio e para matar a sede dos animais da tropa.
Assim surgiu o arraial que tomara a denominação Coité, porque os tropeiros pernoitavam sob o abrigo de uma árvore, cujos frutos eram pequenas cabaças que, no idioma primitivo, recebiam o nome de ‘Cuite’ (pequena cuia) a qual, serrada no meio era utilizada pelas donas de casa.
Para que o arraial fosse elevado à categoria de freguesia seria necessária a doação de terras ao Santo padroeiro. Então o Senhor João Benevides, antigo morador da povoação e proprietário de muitas terras, doou uma área onde esta edificada a igreja de Nossa Senhora da Conceição, e grande parte do município. Pode-se afirmar, portanto que Conceição do Coité foi fundada pelo senhor João Benevides e família no dia 9 de maio de 1855. Com a criação da freguesia, o povoado de Coité recebeu o seu primeiro Padre Manoel dos Santos Vieira. Em 1890, o Ato Estadual de 18 de dezembro desmembra a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Coité de Feira de Santana ficando vinculada eclesiasticamente a Vila de Nossa Senhora do Riachão do Jacuípe. Na condição de Arraial, Conceição do Coité teve implantado serviços cartoriais que eram conduzidos, no século XIX, pelo escrivão Raimundo Nonato do Couto, responsável pela lavratura de diversas escrituras de alforrias de negros libertos.

Política e Poder


Na freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Coité o "poder" enquanto uma relação de forças que envolvam todos os indivíduos de uma determinada sociedade foram analisados  propriedades de terras e escravos, o sistema eleitoral, o comércio, os cargos administrativos e a guarda nacional, desempenhando papéis que articulam´se entre si e entre as decisões e organizações do Estado. O poder local pode ser caracterizado pela política que se realiza através de favores pessoais concebidos por um grupo dominante à comunidade local, sendo permeado pelas relações de compadrio e de amizade que aproximam e prendem as pessoas, isso fica visível na freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Coité quando se envolve relações referentes ao setor agrícola, ao comércio, em sistema eleitoral e cargos administrativos, onde os empregos são ofertados como pagamentos de dívidas, favores e consideração.
Em 1850 as terras da freguesia do Coité foram declaradas no livro de Registro Eclesiásticos da freguesia, sendo finalizado o processo em 1858. O registro contém oitenta de nove declarações com um total de oitenta e quatro proprietários, porém é facilmente percebível que ocorreu negligência no cumprimento da Lei,e se pode confirmar por ser a quantidade de proprietários bem maior, cerca de noventa e duas pessoas deixaram de prestar a declaração, todavia aparecem na comunhão das fazendas declaradas. A data limite para legalização das terras foi no ano 1854, ficando a cargo dos párocos a responsabilidade de fazer os registros e enviar os livros ao governo central, vigorando até os primeiros anos republicanos.
Na freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Coité não foi possível identificarmos a quantidade exata de escravos em cada fazenda, porém através do cruzamento de várias fontes como cartas de alforrias, notas de compra e venda e hipotecas de escravos foi realizado um levantamento da quantidade de escravos por proprietários. Mesmo sendo pequeno número de  escravos pode levar-nos a perceber o desenvolvimento da mão-de-obra familiar na região. sendo uma área de pequenos proprietários de terras, os trabalhos, poderiam ser desenvolvidos contando com a participação de senhores e escravos. No livro de Óbitos da freguesia de Coité entre 1856 e 1870 consta a morte de quarenta e dois escravos, sendo sete africanos, e alguns sendo enterrados na Matriz, onde eram enterrados as pessoas mais ilustres de uma sociedade.
Os militares durante o período colonial estavam divididos em grupos diferentes, mas com um mesmo objetivo o de defender o litoral brasileiro contra os corsários e invasões externas. A tropa de primeira linha recebia remuneração por seu trabalho e tinham como obrigação dedicar seu tempo integral as atividades. Já a segunda linha tinha era composta por civis não assalariados e se dedicava parcialmente as funções de auxiliares. A terceira linha era responsável pela esfera municipal e não recebiam nenhum pagamento.
Com a criação da guara nacional os copos auxiliares de milícias citados acima se extinguiram. Todo serviço que eles desempenhavam ficou a cargo da guarda nacional que foi criada.
A guarda nacional estava subordinada aos Juízes de Paz, criminais, presidentes de província e ao Ministro da Justiça. Eles estavam a disposição dessas autoridades pra serem direcionados aos serviços a eles requisitado. O alistamento era feito nas paróquias e curatos de cada província. Deveria se alistar todo cidadão brasileiro de 21 a 60 anos, eleitor e possuído de uma renda mínima.
Na segunda metade do século XIX, na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Coité, eram geralmente os membros da guarda nacional, principalmente os capitães que serviam de intermediários na entrega de cartas de alforria, na negociação de compra e venda e padrinhos de casamento.
Percebe-se que os capitães também exerciam as mesmas atividades dos coronéis e também ocupavam as mesmas instâncias sociais de poder.
Logo após a Proclamação da Republica a guarda nacional foi extinta, mas a denominação do “coronel” e a politica do “coronelismo” persistiu.


Sistema Eleitoral: alguns decidem por todos


Em sua fundação a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do coité, ficou estabelecido um poder local com a formação da Mesa Paroquial e escolha de Eleitores e Juiz de Paz.
O capitão Antônio Manuel Amâncio exercia a função de juiz de paz por indicação do Presidente da Província da Bahia Francisco Gonçalves Martins. E em 09 de setembro de 1856 foi eleito com 598 dos 603 votos como primeiro juiz de Paz da Freguesia de Nossa senhora da Conceição do Coité.
A legislação de 1878 que foi base dos estudos da autora mostra que o voto até este ano era atribuído a todos os cidadãos portugueses e estrangeiros naturalizados com mais de 25 anos, alguns casos abriam exceção de leitores com 21 anos, que comprovassem possuir uma renda anual de cem mil reis.
Ao analisar as atas das eleições a autora percebe que os eleitores faziam parte de uma elite dominante que ocupavam em geral as esferas do poder local, eram eles eleitores que desempenhavam outras atividades dentro da freguesia, além de serem ligados por algum laço de parentesco. Temos como exemplo uma figura ilustre Florentino Pinto da Silva, que além de eleitor também era professor, desempenhando funções em outra esfera institucionalizada, a educacional.
Com isso fica claro que não havia “democratização” e que a participação política era restrita apenas pelo grupo dominante da elite local.



Cargos Administrativos: exercício e status


Os Tabeliães de Notas de Oficio, os Agentes dos Setores Educacionais e os Cargos Eclesiásticos desempenhavam outra esfera de poder. Eram os Tabeliães de Notas de Oficio os responsáveis pela confecção dos documentos oficiais de registros de compra e venda de imóveis e escravos - escrituras e procurações públicas, das alforrias e das atas eleitorais, testamentos públicos, formalizando juridicamente à vontade das partes em questão.
O 1º Escrivão de Paz de da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Coité, foi Raimundo Nonato de Couto que assumiu a função em 1864, sendo também eleitor da Freguesia.
Os Setores Educacionais também eram instrumentos de disciplinarização e deformação de opiniões. Na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Coité apenas três professores foram encontrados: José Conrado de Araújo Marques, Florentino Pinto da Silva e D. Eulália Alexandrina da Rocha e Oliveira.
Quanto aos cargos eclesiásticos, cabia a Igreja Católica o papel de salva guardar os bons hábitos e os bons costumes da sociedade, através das leis e ordens designadas por Deus. Muitas vezes, o espaço de atuação do pároco não correspondia apenas ao seu lugar geográfico de pastoreio, sendo, muitas vezes, alargado por um processo de ascensão e desempenho que o instituía numa elite representativa e privilegiada.







http://www.panoramio.com/photo/39392169


Comércio, poder e controle de riquezas
         
O contato com uma variada documentação referente à Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Coité, constando a compra e venda de terras e escravos, cartas de alforrias, registros eclesiásticos de óbitos, batismos e casamentos, indicadores de registros de hipotecas, atas, inventários, trocas de imóveis, doações entre outros, permitiu a identificação de uma incidência de transações comerciais, envolvendo a mão de obra cativa e a propriedade agrária, justamente no período em que a Bahia, segundo Kátia Mattoso, “adormecia”,incitando questionamentos sobre a transição da mão de obra escrava para o trabalho livre na segunda metade do século XIX.
          Simultaneamente à ocupação do interior, desenvolveu-se uma “produção do auto abastecimento capaz de gerar excedente para o mercado regional e interprovincial (...) promovendo acumulação interna e formação da pequena propriedade fundiária” que não se submetiam à grande lavoura mono produtora destinada a fornecer produtos para o comércio europeu.
         Quanto aos escravos, Apolinária aparece como sua propriedade empregada na lavoura, tendo ainda comprado José por 600$000 (seiscentos mil réis) em 22 de junho de 1859, e alforriado em 05 de junho de 1867 valendo 900$000 (novecentos mil réis), porém só tendo sido efetivada a alforria em 24 de março de 1870 após ter sido assinada pelo Prof. José Conrado de Araújo Marques. A documentação estudada deixa perceptível que a partir da segunda metade do século XIX, ocorreu em Coité, um crescimento no número de transações comerciais de terras escravos.
Na vila de Nossa Senhora da Conceição do Coité “formada em 1893 por seis ruas e uma praça”, como caracterizou Francisco Vianna, a pecuária desempenhava uma parcela importante tanto no comércio local, quanto na comercialização com alguns centros econômicos importantes do período.



                              Família e Casamento

Com base na dissertação de Yara Nancy foi possível perceber que a mulher no século XVIII, que tem por objetivo a investigação do corpo no contexto médico científico fazendo com que existisse uma preocupação na classificação dos casos de patologia física e psíquica no campo da saúde pública do século XVIII, onde o homem era considerado o sexo macho e a mulher não podia ter prazer sexual devido a teoria da geração de filhos que dizia que o papel da mulher era apenas procriar.
No século XIX mesmo com a Revolução Francesa que pregava a Liberdade, Igualdade e Fraternidade ainda ocorria a existência das desigualdades sociais entre os sexos, sendo enfatizada pelo evolucionismo e a questão de natureza, onde possuía embasamento científico fazendo com que até mesmo as doenças fossem diagnosticadas de maneira diferente, sendo a família um espaço de sexualidade saudável e o adultério uma espécie de fornicação culminando em pagamento de multa ou espancamento público.
Vale salientar o processo de escravidão ocorrido no Brasil com base na prostituição clandestina, onde para os marxistas a mulher era um sujeito que fazia parte de uma classe, contribuindo com o surgimento de estudos relacionados a grupos, massas, povos e minorias, inclusive no que se refere às questões de gênero fazendo surgir o estudo no âmbito da História Cultural, História das Mentalidades, História das Mulheres e História Social das Mulheres com o objetivo de desconstruir o tradicional.
No que se refere aos arranjos e disputas do século XIX foi feito um panorama dos casamentos realizados na Igreja Católica de Conceição do Coité utilizando tabelas como referência destacando a relação escravo X senhor com base no livro Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre no que se refere a uma sociedade patriarcal, democracia racial e miscigenação fazendo uma análise dos casamentos realizados na cidade, a participação da mulher na sociedade e o papel da eucaristia e penitência na realização do matrimônio.


REFERÊNCIAS

RIOS, IARA NANCY ARAÚJO. NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO COITÉ: PODER E POLÍTICA NO SÉCULO XIX. 2003. 154F. DISSERTAÇÃO (MESTRADO EM HISTÓRIA) – FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, 2003.



Esta atividade foi realizada pelas alunas no curso de história ead/ uneb do polo conceição do coité, Graziela Macário, Monique Evangelista, Josilane Rodrigues, Valéria Ramos e Jaqueline Ferreira.




terça-feira, 16 de abril de 2013

Santaluz tem de tudo e de tudo dá!



Santaluz/Ba
Cidade situada a 258km da capital. Limita-se ao leste com os municípios de Araci e Conceição do Coité, a sul com Valente, São Domingos e Gavião, a oeste com São José do Jacuípe e Queimadas e a norte com Nordestina e Cansanção. Área territorial corresponde a 1.603,6km², sua população é de 33.838 habitantes segundo dados do IBGE de 2010. Seu clima é semiárido.

História de Santa luz

O Município de Santa Luz - BA foi fundado em 1880, onde é hoje a Estação, pelo Senhor José Lopes. Mas, em outra versão, no entanto, refere-se à existência já em 1850 de alguns moradores na Fazenda Morro dos Lopes, também fundada pela família Lopes. Mas, é conservada a fundação de 1880, pois foi daí que iniciou a cidade de Santa Luz - Ba.
            No livro de Estatísticas da Bahia, relata a compra de uma área de terra pelo Sr. Manoel Amâncio da Cunha, de Conceição do Coité, ao Sr. Antônio Lopes da Silva da Fazenda Santa Luzia (onde originou Santa Luz), a compra foi em 1868. Os fundadores eram de Portugal. A primeira compradora da Fazenda foi Maria Joaquina do Amor Divino, uma viúva portuguesa. Em 1887 chegava o Coronel José Leitão da cidade de Pesqueira/PE,que, também, era Português. Depois, chegou à família Cardoso de Monte Santa/BA, Viana de Gavião/BA, Góes de Nordestina/BA, Carvalho de Araci/BA, e outras localidades.
            Santa Luz passou a Distrito em 1919, o primeiro projeto para passar a cidade foi em 1923, na realidade Santa Luz veio se Emancipar no dia 18 de julho de 1935. E o primeiro prefeito foi Sr. Ezequiel Cardoso da Costa, que tomou posse no dia 1º de Setembro de 1935, no Lira Popular Santa Luziense, hoje Sede da Filarmônica.
Curiosidades
            No decorrer de sua história aconteceram fatos interessantes, como o surgimento da primeira feira livre em 1890, onde as mercadorias eram trocadas. Nessa época teve o primeiro delegado, o Sr. Elias da cidade de Queimadas. Em 1897, passava em Santa Luzia, o Escritor Euclides da Cunha, com destino a Canudos para escrever sua história. Assim que voltou, escreveu o Livro “Os Sertões”, que retrata o nome de Santa Luzia, atual Santa Luz.
           
·              No ano de 1919, foi morto aqui o cangaceiro Pereira, pelo Sr. Dizidério Lopes. Este cangaceiro foi antes de Lampião. Assim que Lampião entrou em Queimadas  no dia 29 de Dezembro de 1929, quando na oportunidade matou sete soldados e deixou vivo o Sargento Evaristo, filho de Santa Luz, a pedido de uma senhora chamada Santinha Ele dirigiu para vir aqui em Santa Luz, mas quando soube que sua padroeira era Santa Luzia, ele voltou do caminho, pois, ele tinha feito uma promessa por ter seu olho direito cego. que toda cidade que tivesse como Padroeira Santa Luzia, ele não atacaria foi o motivo que fez com que Lampião não entrasse em Santa Luz- Mas, segundo os mais antigos, Lampião esteve aqui em 1916, antes de ser cangaceiro, pois, seu pai era tropeiro e eles percorriam o Nordeste com entrega de carnes. Inclusive, esteve em Monte Santo, Cansanção, Capim Grosso. Em uma entrevista que Lampião deu em 1932 no Ceará, ele confirmou esta veracidade. Ele descansou com seu pai, onde é hoje a Magnesita, a conhecida Mina, em baixo de um pé de Baraúna que até pouco tempo existia. Mas, como cangaceiro nunca esteve aqui, falam que ele esteve no Morro dos Lopes, mas, é uma lenda, não é verdade.
            Tivemos em Santa Luz, a presença de cantores famosos como; Luiz Gonzaga, em 1968, cantou onde é hoje o Açougue Municipal, na época era um Cinema. Neste mesmo local também, cantou Altemar Dutra, tocou Severino Januário, irmão de Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Valdick Soriano, Ademar Silva, Carlito Cego e outros. Depois tivemos a presença de outros cantores, onde é hoje a CDL, cantor Reginaldo Rossi, se apresentou Coronel Ludugero, e no Lira Cultura se apresentou Ângela Maria, Osvaldo Fahel, Agnaldo Raiol e  outros.
Esportes
            No futebol também tivemos história, quando aqui jogou em 1965, 74 e 92 o Esporte Clube Bahia, com suas equipes titulares. Com jogadores, como Biriba, Henricão, Gilson Porto, Baiaco, Mário Braga, e outros. O Vitória jogou em 1966, 74 e 84 com jogadores como Mário Sergio, Osni, André Catimba e outros. Jogaram outras equipes da capital como Ipiranga, Botafogo/BA, Leônico, Fluminense de Feira e outros. No esporte de Santa Luz teve muitos craques, mas destaque maior foi Mário Filipe Pedreira (Onça), que foi ídolo no Flamengo/RJ, jogou no Bahia, no Sergipe, Sport, e outras equipes, chegou marcar Pelé, Jairzinho, Roberto do Botafogo, e outros craques. Depois foi treinador de futebol, e hoje se encontra em Santa Luz.. Tivemos outro jogador de nome que foi Jorge Góes, que jogou no Bahia  de 1932 a 1943  no Palmeira/SP, chegou em 1943 e hoje tem 93 anos e é escritor, Juiz de Direito, Desembargador, aposentado. Hoje Santaluz investe nos campeonatos rurais e uma nova modalidade esportiva, o jiu-jitsu, o judô e o karatê apostando na juventude.
          Cultura
Santaluz possui muitos artistas, na música, pintura, artesanato, teatro, literatura entre outras áreas.
 Nas artes tivemos Guido Guerra, Escritor de renome Nacional, que faleceu em 2006. Esteve em Santa Luz, palestrando, em 1978, 1983 e 2005. Como artista plástico, temos José Thiago Filho, Mauritano, Rogério Baldoíno Helton Vieira, Nelci Cruz, escritor e historiador. Na música destacam-se Ases Musical, A xapa, Grupo Spassus, Raimundo Barreto e outros. No artesanato existem bordados, crochê e trabalhos em pedras e foi de Santaluz que saiu o tumulo de Irmã Dulce, construído em pedras por Laercio de ventura.
A área de educação também investe muito na cultura, promovendo eventos com alunos e com um belo projeto de leitura na praça, grupos locais de reisado, samba de roda, piegas entre outros.
Economia
Santaluz iniciou sua economia com a criação de animais, troca de peles, comércio de lenhas e a extração do sisal, mas hoje Santaluz se destaca na extração de granito azul, sendo a maior produtora do estado da Bahia, na extração de minério de ferro, na agricultura familiar, na vegetação local e atualmente possui a maior mina de ouro a céu aberto do estado da Bahia.